Polícia apura morte de 30 animais na Zoonoses
ONGs protetoras suspeitam que teria ocorrido eutanásia em animais sadios, mas Secretaria de Saúde nega
Guilherme Maganhato
guilherme.costa@jcruzeiro.com.brPrograma de estágio
Trinta animais (26 filhotes e 4 adultos), cães em sua maioria, foram encontrados mortos ontem na Unidade de Controle de Animais da Zoonoses, em Sorocaba. A suspeita é de que eles sofreram o processo de eutanásia, segundo denúncia, mesmo estando aparentemente saudáveis. O caso acabou gerando um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção aos Animais, que investigará a causa das mortes. A veterinária responsável pela Zoonoses e que deveria aprovar e realizar as eutanásias, doutora Daniela Mesquita, não foi ao canil para dar explicações.
guilherme.costa@jcruzeiro.com.brPrograma de estágio
Trinta animais (26 filhotes e 4 adultos), cães em sua maioria, foram encontrados mortos ontem na Unidade de Controle de Animais da Zoonoses, em Sorocaba. A suspeita é de que eles sofreram o processo de eutanásia, segundo denúncia, mesmo estando aparentemente saudáveis. O caso acabou gerando um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção aos Animais, que investigará a causa das mortes. A veterinária responsável pela Zoonoses e que deveria aprovar e realizar as eutanásias, doutora Daniela Mesquita, não foi ao canil para dar explicações.
A polícia recolheu cinco cães para autópsia (um foi encaminhado ao Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, três seguiram para três ONGs de proteção aos animais, para exame de veterinários e um ficou à disposição da polícia. A denúncia foi feita anonimamente por representantes de cinco ONGs de proteção animal da cidade.
"Estivemos aqui ontem (terça-feira) e percebemos que os filhotes estavam bem e até brincavam. Aparentemente eles só tinham verminose. Mesmo assim, eles estavam sendo separados dos outros animais e levados aos fundos do prédio. Hoje (quarta-feira) quando chegamos, os filhotes não estavam mais aqui e ninguém nos responde o que está acontecendo", explica Honno Marques, 49, que faz parte do Instituto Cahon e da Comissão de Justiça e Direito dos Animais de Sorocaba. Além do Instituto Cahon e da Comissão de Justiça e Direito dos Animais de Sorocaba, outras ONGs que formularam a denúncia e foram representadas na delegacia são a Associação Protetora de Animais de Sorocaba (Aspa), o Centro de Apoio a Protetores e Animais (Capa) e a Fundação Alexandra Schlumberger (FAS).
Os representantes das ONGs chegaram ao local por volta das 11h. Segundo eles, o portão que dá acesso ao canil foi trancado e isso nunca ocorreu antes. Foi aí então que o grupo fez a denúncia na Delegacia, para que pudesse ser autorizada a entrada ao prédio do canil. A Guarda Civil Municipal (GCM) também foi acionada, mas, segundo os ativistas, pelos funcionários da Zoonoses.
Mediante negociação da Secretaria de Saúde (SES), que administra a Zoonoses, com o investigador Márcio, a entrada de um dos ativistas foi liberada, acompanhado do investigador e de um funcionário da Zoonoses. Honno foi até o local e ficou horrorizado. "A situação está feia. São 26 filhotes e 4 adultos que estão aparentemente sadios e mesmo assim foram sacrificados. Isto é crime", ressaltou. A titular da delegacia de Proteção aos Animais, Cássia Almagro Mezzomo, acompanhou a perícia na Zoonoses. "Se os exames comprovarem que eles estavam saudáveis, o ato configurará crime, enquadrado no artigo 32 da lei 9.605", contou a delegada. A pena varia entre quatro meses e um ano e quatro meses de prisão.
Em nota a SES explicou que os animais foram avaliados pela médica veterinária responsável pela Zoonoses, e que apresentavam o quadro de cinomose, uma doença altamente contagiosa, que causa infecções e, por isso, foram submetidos ao procedimento. A nota ainda reforça que a Zoonoses cumpre integralmente todas as normas federais e estaduais que regulamentam a eutanásia.
(Supervisão: Admir Machado - Colaborou Adriane Mendes)
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